Nesse post o treinador e pesquisador Matt Jordan faz uma breve reflexão sobre alguns erros comuns quanto a aplicação do treino de hipertrofia da para atletas profissionais. No entanto, essas reflexões valem para qualquer praticante de modalidades esportivas, profissionais e amadores, que tem o treinamento de força como um importante suporte para melhora da performance e prevenção de lesão.
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por Matt Jordan, PhD
Entre alguns erros que podemos listar, eu credito que um dos principais erros de concepção sobre o treinamento de hipertrofia é com relação a carga absoluta necessária para estimular a hipertrofia. Basta considerar o físico de ginastas para ver que os programas tradicionais de força não são o único caminho para Roma. Eu observei isso em primeira mão em um outro esporte. O Speed Skating (esqui de velocidade) é um esporte de inverno provavelmente pouco familiar em grande parte do hemisfério sul. No entanto, esses “skatistas” treinam mantendo ângulos profundos de flexão dos joelhos com objetivo de gerar potência muscular máxima para se impulsionar em volta da pista (basta ver no Google para entender o que quer o dizer).
Há alguns anos atrás, durante o meu trabalho com esses atletas, nós costumávamos interromper o treinamento de força quando esses entravam em fase de preparação específica (algo que não que não faço mais, pois o treinamento de força durante toda o ciclo de preparação é um aspecto chave). Apesar da falta de exercícios de treinamento de força tradicional, esses "skatistas" geralmente demonstravam significante níveis de hipertrofia apenas com o estimulo do Skating. O Skating nessa posição exige dos músculos sob uma perspectiva metabólica e o tempo sob tensão é considerável. O laboratório de Stuart Philips tem demonstrado que o treino com parâmetros de cargas baixas com alto tempo sob tensão é particularmente eficiente para estimular a síntese proteica muscular.
Outro fator geralmente negligenciado é o déficit de hipertrofia
muscular e potência muscular. Existe uma grande correlação entre essas duas
variáveis e além disso, no caso de uma lesão de membro inferior, a hipertrofia
muscular pode ser difícil de se estimular. Um fator que previne o crescimento
muscular após uma lesão é a perda das células satélites musculares. Aqui, o treinamento de hipertrofia com baixas cargas e restrição de fluxo sanguíneo combinados com exercícios que geram menor sobrecarga são particularmente úteis. De modo geral eu prefiro incluir esse tipo de treinamento no final dos meus programas, em um ambiente de reabilitação para ajudar a atenuar os
desagradáveis efeitos que são provenientes das lesões.